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  • Foto do escritorAntónio Norton

Teletrabalho com filhos pequenos. E agora?


Vivemos tempos continuamente desafiantes.


A nós adultos, é exigido que façamos eficazmente o nosso trabalho a partir de casa através de vídeo conferências e também usando outras plataformas digitais enquanto, paralelamente, temos de prestar assistência aos nossos filhos: dar-lhes as refeições; ajudá-los nos trabalhos de casa e tarefas escolares; brincar com eles, dar-lhes atenção…

Como conjugar estes dois mundos, o laboral e o parental?

Como equilibrar tempos de antena dedicados ao trabalho e aos nossos filhos?

Não é uma tarefa fácil, mas é possível.

Partilho, então, algumas sugestões que poderão ajudar nesse sentido.


Em primeiro lugar sugiro:

Sempre que possível, promova a autonomia dos seus filhos. Explique-lhes como se liga o computador e como é possível ligar-se com a plataforma que a Escola usa para as aulas on line.

Ensine-os a entrar nas chamadas de vídeo e a sair da video-chamada.

No final da sua explicação, peça para eles repetirem os passos que lhes ensinou.

Em caso de sucesso, elogie os seus filhos, mostre orgulho e reconhecimento.

Poderá tirar uma foto com o seu filho ou filhos junto do computador.

Celebre o momento como uma vitória alcançada.

Apelide-os de “Mestre do Computador” ou algum outro nome que os encha de orgulho.

O ideal é que os seus filhos façam as aulas on line sem a sua ajuda. Promova sempre a autonomia deles.


As crianças têm ritmos de atenção e de foco muito diferentes dos adultos.

Não mantêm a concentração por longos períodos, pelo que, após a aula, o melhor é deixá-los brincar, no fundo, como se estivessem no recreio.


O ideal mesmo seria dar uma volta com o seu filho ou filhos, mas caso não o possa fazer, deixe-os brincar no quarto, livremente.


As tarefas escolares são executadas com níveis de concentração mais elevados quando o organismo já gastou algumas energias e está num modo mais relaxado.


Os períodos de excelência para tal são o início da manhã ou após as refeições.

No inicio da manhã, os níveis de estimulação e de sugestões de distração ainda foram baixos, pelo que a capacidade de concentração é maior.

Após as refeições, o corpo fica mais relaxado e as crianças estão mais disponíveis para fazer as tarefas escolares.


Provavelmente, eles vão precisar de alguma ajuda. Incentive-os a pedi-la, sim, mas apenas no final da execução dos seus trabalhos.

Promova sempre a sua autonomia de pensamento. Deixe-os pensar por eles mesmos.

Se tiver de os ajudar, faça-lhes perguntas e não dê as respostas.

Se preferir, pode sugerir que os seus filhos trabalhem ao seu lado.

Se eles perceberem que está a trabalhar, é mais provável que também o façam.


Quando os seus filhos terminam os trabalhos, incentive-os a irem brincar. Pode sugerir alguma atividade como fazer um desenho ou qualquer brincadeira livre.


Se dá por si com elevados níveis de irritabilidade e sabe que os seus filhos não estão a fazer nada de muito errado, procure não gritar.

O grito provoca um intenso desgaste emocional em si e nos seus filhos.

Por estranho que lhe pareça, sugiro que fale com eles usando termos carinhosos como “meu amor”, “filhinho”, “filhinha” ou outros termos que use. Digo isto porque estes nomes vão suavizar a tensão que tem, uma vez que vão remeter para uma dimensão emocional de afecto e ternura.

Também reduzirá a tensão dos seus filhos e aumentará a disponibilidade para receberem as suas palavras.


No final do dia, se for possível, reserve um tempo para brincar com eles. Se criar essa rotina, os seus filhos vão entender que esses momentos consigo estão garantidos. Assim, terão menor tendência para estar continuamente a pedir a sua atenção e o seu tempo.


Em relação a si, assim que os seus filhos estiverem a dormir, use esse tempo de forma valiosa.

É provável que apresente cansaço acumulado. Sugiro que tome um banho relaxante e se deite cedo. Mesmo que não tenha sono, o corpo vai ficar mais serenado.

Antes de adormecer, procure actividades calmas que lhe tragam relaxamento.

Percebo que seja tentador ver “de enfiada” vários episódios de uma série, mas nesta fase de cansaço acumulado, antes de adormecer não recomendo.

Em primeiro lugar, porque tal poderá ser facilmente aditivo. Um episódio, outro e mais outro e “só mais um” e quando dá por si são duas da manhã. Só vai dormir 5 ou 6 horas o que não é, minimamente, indicado.

Em segundo lugar, porque pode ser muito estimulante, com muita acção, muita intriga, por vezes conteúdos impressionantes, o que poderá dificultar a entrada num sono tranquilo e reparador, dado o nível de excitabilidade em que poderá ficar.


Espero que estas estratégias e sugestões possam ser úteis para si.


Se mesmo assim permanecer com elevados níveis de tensão, irritabilidade, cansaço acumulado, perda de concentração, insónias e perda de paciência por estar 24h com os seus filhos, acredite que a Psicoterapia poderá ser uma ajuda preciosa.


Deixo-lhe o link para marcação directa de consulta.



Um forte abraço

António Norton


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