Como sair da depressão? Se ajudar o outro ajuda-se a si!
Quando falamos de depressão falamos de uma estado de lassidão, de falta de energia anímica, de motivação, falta de vontade de lutar e de enfrentar os desafios que a vida, continuamente, coloca.
Falamos de uma anulação do investimento que a pessoa faz sobre si mesma. De algum modo, deixamos de acreditar em nós mesmos.
Quando penso em depressão, surge-me a ideia de subnutrição de afecto e de encurralamento. Alguém deprimido, é alguém que sente que está a chegar ou que chegou ao "fim da linha" e não existe, nem nunca existirá, uma saída.
Gostaria de reflectir sobre a ideia de subnutrição de afecto.
Quando estamos deprimidos sentimos uma carência de afecto. É como se estivéssemos fechados sobre nós próprios. É como se nada tivéssemos para dar e como se todos os outros à nossa volta não existissem. Estamos, pois, afundados num poço escuro, sem fundo.
Como sair deste buraco? Como encontrar alguma luz?
As nossas emoções são o principal responsável pela forma como percepcionamos a realidade que nos rodeia. Quando nos sentimos tristes e desamparados, fechados sobre nós mesmos, é natural que vejamos a nossa vida como um lugar cinzento onde não apetece estar, viver, sentir, ser.
Estamos desvitalizados, murchos e sem vida...
O que é preciso? O que fazer?
Na minha opinião de Psicólogo Clínico, algo de extrema importância para a resolução do quadro negro que apresento é o contacto humano, o toque humano, o sentir que o outro nos quer bem e nos valoriza. Se estivermos abertos poderemos reciclar-nos emocionalmente. A espontaneidade de alguém que vive e está noutro "comprimento de onda" poderá ser um tónico para abalar a nossa rigidez depressiva. Rir, brincar, a espontaneidade, a dádiva de outro alguém pode proporcionar, pode contribuir enormemente para colorir o nosso mundo interno.
Com isto quero dizer que é muito importante conviver! Estar com outras pessoas. O isolamento na depressão agrava o quadro. A nossa ruminação depressiva apodera-se de nós pois vivemos totalmente encerrados e cada vez o nosso mundo fica mais negro.
Mas mais importante do que o convívio é a troca de significativas experiências no contacto humano. Se estamos deprimidos muitas vezes saímos e procuramos conviver, mas como estamos “negros”, as nossas interacções e partilhas redundam em futilidades e superficialidades. Se, simplesmente, nos encontramos com alguém, mas não dermos nada de nós, é natural que o outro se torne aversivo.
O que é importante é ter experiências de contacto humano, ricas! Muito ricas!
E com esta ideia, gostaria de introduzir a importância de nos sentirmos úteis! De podermos ajudar o próximo! Poder e conseguir ajudar outra pessoa, é algo extremamente valioso. Se sentirmos que alguém estima e reconhece esta ajuda, a nossa auto-estima começará a modificar-se!
Se agradecerem a nossa ajuda com uma palavra, com um olhar ou com um gesto, a nossa auto-estima muda!
O importante é ajudar!
E por vezes, para ajudar nem é preciso falar muito. Quando estamos deprimidos não desejamos falar. Tudo nos cansa. Então, podemos simplesmente ajudar com gestos ou com acções.
E como faremos?
Eu proponho acções de voluntariado, de humanismo, de partilha, para dar e receber!
Existem inúmeras acções de voluntariado espalhadas pelo país.
Quando você ajuda outro ser humano, também se ajuda a si mesmo.
Quando você faz bem a outra pessoa, também faz bem a si mesmo.
O amor que dá ao outro, é o próprio amor que retorna.
E quando se sentir nutrido afectivamente começará a ver o mundo de outra forma. O negro e o cinzento deixarão de ser as cores dominantes do seu mundo interior. Vai sentir-se melhor!
Acredite!
Sem nenhuma outra intenção a não ser a da provável ajuda, vai conhecer novas pessoas que também e possivelmente o ajudarão e lhe darão um outro e diferente ânimo.
Mudando o seu próximo, muda-se a si mesmo.
Se se encontra deprimido, isolado, sem vitalidade afectiva, bloqueado, encurralado e impotente para encontrar soluções para sair do seu buraco negro recomendo-lhe vivamente a ajuda preciosa da Psicoterapia.
Deixo-lhe este link para marcar a sua consulta comigo, caso sinta essa necessidade.
Desejo tudo de bom para si.
Um forte abraço
António Norton
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