A melhor forma para lidar com estas pessoas é, antes de mais, estarmos plenamente conscientes do nosso corpo e das nossas emoções que vão surgindo durante a nossa respectiva interacção.
A maior parte das pessoas, sobretudo por ter pouca consciência do seu corpo, apenas se apercebe de que ficou tensa após o contacto ter terminado. Portanto, a primeira questão é estarmos atentos à forma como agimos e ter capacidade de observação interna. O que está a acontecer comigo quando estou com esta pessoa? Como está a minha respiração? Fiquei mais ansioso? Parece que me falta o ar!... E como está o meu corpo? Estou a ficar tenso? Sinto uma ligeira agitação motora? Estou a bater com o pé? E o meu olhar está fixo na pessoa ou está a evitar o contacto? Estar atento a todas estas pistas que o nosso corpo tão sabiamente nos dá, é meio caminho andado para, rapidamente, compreender o que nos está a acontecer no aqui e no agora, na relação com aquela pessoa com tendências tóxicas e assim não ser apanhado desprevenido.
Quanto mais depressa percebermos o que está a acontecer, mais depressa podemos agir e fazer a nossa escolha.
Por vezes, não nos podemos afastar de certas pessoas. Simplesmente não é possível. Ora, nesses casos, temos de enfrentar a situação com a consciência de que é uma situação potencialmente tóxica.
Convém transmitir a ideia de que só ficaremos infectados, contaminados se alimentarmos a zanga que essa pessoa nos quer transmitir, ou seja, se ficarmos contagiados por esta zanga. E quando é que isso acontece? Quando nós próprios também entramos em contacto com a nossa zanga, ou seja, quando a nossa zanga colide com a zanga da outra pessoa, dita tóxica.
Eu costumo dizer que as emoções são oportunistas, ou seja, revelam-se nas alturas certas, quando se podem expressar. E, nem que seja indirectamente, muitas vezes isso ocorre. É o que acontece quando estamos a ver um filme que nos faz chorar. A nossa tristeza colidiu com o conteúdo do filme e encontrou uma forma de se expressar. De igual forma, se estivermos zangados ou tensos podemos apanhar “a boleia” da zanga da pessoa ‘tóxica’ e ficar ‘intoxicados’ também.
Assim, se tivermos conhecimento do nosso corpo e sentimentos, podemos rapidamente perceber se estamos a ficar zangados na presença dessa pessoa e essa consciência pode permitir fazer a escolha: eu não quero ficar intoxicado por essa pessoa carregada de tensão. No fundo, conseguimos cultivar uma atitude dita de Mindfullness, quer dizer, de atenção plena e de não julgamento das nossas emoções.
Se fizermos essa escolha, olharemos para o indivíduo sem julgamento, antes com compreensão e respeito. Podemos dizer que a pessoa tem todo o direito de estar zangada, legitimizando a sua emoção a qual, provavelmente, muitas vezes foi reprimida e censurada. Devemos, então e educadamente, terminar a conversa, não alimentando o padrão de tensão.
Se a pessoa não quiser respeitar a nossa escolha, então será importante entrar em contacto com a nossa zanga para estabelecer os limites e terminar a conversa de forma assertiva.
A verdade é que nem sempre conseguimos ter a autoconsciência plena para conseguir lidar com situações deste tipo: potenciais conflitos.
Acredite que a Psicoterapia poderá dar uma grande ajuda para superar esta situação.
Aqui lhe deixo o link para marcação da sua consulta, caso sinta essa necessidade.
Pense nisso
Um abraço
António Norton
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